AS PALAVRAS bonitas-1
Palavras de Paulo Portas após a expulsão dos que assistiam ao debate do OE e se manifestavam nas galerias da Assembleia da República:
"Acredito no direito ao protesto e na representação democrática escolhida pelo povo português, em nome do qual cada um de nós aqui está."
O meu primeiro impulso foi um sorriso; amarelo com certeza!
Depois pensei: as palavras são bonitas e caiem bem; acreditará ele no que diz?
Não! Evidentemente que não! Bom seria que os deputados reflectissem de facto os anseios e as necessidades dos que os elegeram. Mas isso não é verdade; o que eles, deputados, defendem é a possibilidade da sua continuidade com lugar garantido naquela casa que –segundo palavras da Presidente Assunção Esteves- é a casa da democracia.
Estou convicto de que o povo não se manifestaria nas galerias se visse/percebesse que os seus deputados estavam efectivamente a defendê-los; a defender os que se tinham dado ao trabalho de cumprir o seu dever, ou seja:
Votar em quem acreditaram serem os melhores para os representar!
Mas porque nada disso é verdade, porque os deputados só estão verdadeiramente preocupados com os seus umbigos, e somente com os seus interesses, tudo o resto não passa de uma pantomina.
E as palavras, por mais “bonitas” que sejam, não passam de palavras.