MARÉS.
Vivemos num país que flutua ao ritmo das marés.
Mas tal facto não é de agora; é de sempre! Antes de 74 era um mar calmo, calmo como um lago, sem correntes, e as poucas ondas "morriam" nas praias à guarda de quem de marés nada sabia ou não lhes interessava saber.
Depois de 74 as águas agitaram-se, rebentaram em fúria nas areias e nas arribas das margens mas gradualmente foram serenando restando hoje alguma ondulação de que os surfistas -sobretudo eles- tiram algum proveito.
Não sabendo para onde navegamos sei contudo que este mar não nos conduz a bom porto. Sei que esta maré não é A maré de que necessitamos. E pior, sei que os homens do leme nunca percebendo bem por onde navegavam, trouxeram-nos para este mar de escolhos e baixios, de onde agora os seus "descendentes" não têm nem engenho nem arte para daqui sair!
Tomara que, por algum milagre pouco provável, aconteça uma maré mais viva arrastando-nos para longe deste mar de crises!!