Quem não se lembra dos colegas de escola que nunca tinham culpa de nada porque a culpa era sempre "do outro"? Pouco importava que a bola por eles chutada partisse o vidro da janela de um vizinho, que a relva do jardim fosse por eles pisada, que fossem apanhados a copiar um teste...
Nunca assumiam a culpa; era sempre um colega que tinha chutado, pisado, copiado.
Só assim se entende que haja um 1º ministro sem culpas. Porque tem sempre em quem as delegar, seja o Tribunal Constitucional, seja a oposição, seja a troika, seja a conjuntura, seja lá o que for que costas tenha. Ainda ouviremos que podem ser culpadas a Costa da Caparica, a Costa Verde ou o Costa do Castelo.
E já agora, também já vai sendo tempo dos jornalistas deixarem de repetir as afirmações 1º ministeriais; porque, senhores jornalistas a culpa não é de quem julga, mas sim de quem comente uma ilegalidade e se põe a jeito, adoptando depois uma atitude de vítima ou de noiva desprezada no altar.
A subserviência (mesmo que por ignorância ou falta de descernimento), é feia. E normalmente não é retribuida.