SETENTA & 4
Não sendo inédito, o comportamento das altas (e até das baixas) personalidades que em Portugal vivem debitando opiniões, ideias e (pasme-se) pensamentos, revela-se uma vez mais algo provinciano no que este conceito tem de vistas curtas e castradoras.
Não me refiro ao chamado documento dos 70 mas sim às reacções e comentários que tal documento provocou, quer nos políticos, quer nos comentadores, quer nos jornalistas, quer nos políticos/comentadores (sendo que estes nascem e proliferam com mais rapidez do que cogumelos em bosques húmidos).
- Criticam afirmando que o referido documento é um rol de tudo o que já foi dito e redito e não trás nada de novo.
- Criticam porque não foi o melhor momento para ter acontecido.
Mas se entendem que no tal documento nada é novo que importância tem o tempo?
E porquê tanto alarido, tanto gritar òh da guarda? Porque os mercados podem ouvir?
Como se esses tais mercados não soubessem o que a casa gasta e desconhecessem o calibre daqueles com quem têm que negociar.
Esperava-se que fossem faladas, referidas, discutidas e debatidas as ideias.
Mas qual quê, critica-se o traje menosprezando o seu conteúdo numa típica atitude provinciana de esperteza saloia!