AUSTERIDADES.
Lendo os jornais e ouvindo blocos informativos de rádios e de televisões sobre a situação económica-finaceira de Portugal, fico convencido: este país já não existe!
O que ainda existe são uns gajos que trabalham ganhando o que ganhavam à um século atraz, governados por gajos que lhes querem diminuir os vencimentos argumentando que isso vai ser bom para eles (para os gajos que trabalham). Mas não os políticos, os quais fazem o sacrificio de receberem cada vez mais, quer em vencimentos, quer em ajudas de custo e/ou de representação, quer relacionado com factores variáveis.
Senão, vejamos (somente) alguns items:
-Cada vez menos há condições sociais que permitam nascimentos e em consequência ter possibilidades de educar um filho (ou mais); mas estranha-se (sinceramente??) que a população esteja a envelhecer.
-Estabilidade de emprego é uma miragem; mantêm-se os contratos a prazo, os recibos verdes para empregos continuados na mesma empresa e nas mesmas funções, e facilitam-se os despedimentos até por inaptidão ainda que o trabalhador lá esteja à vários anos.
-Há professores a mais; quando se fecham escolas e/ou se aumentam o número de alunos por turma é natural que comecem a sobrar professores; menos (escolas) com menos (turmas) dá menos professores. É dos livros! (não é sr. Crato? o sr. até é de matemática...)
-É normal que se aceite a existência de professores contratados com 10, 20, 30 anos em funções, e que agora fiquem sem colocação? Se já eram excedentários porque foram mantidos anos a fio?
-Há médicos a mais e por isso as médias para entrar na faculdade são altas; e contratam-se médicos além fronteiras?
-As empresas publico-privadas continuam impunes, passando por entre a chuva de austeridade?
-E com as últimas declarações do sr. Coelho ficámos a saber que a diminuição do valor da contribuição dos empregadores para a segurança social, bem como o aumento do valor da taxa da segurança social descontada no vencimento dos empregados, é a solução de todos os males!
Não têm alguma piada as declarações de elementos do PS: "Passos Coelho deitou tudo a perder e que só resta ao PS votar contra o orçamento" afirmando que estas são medidas injustas? Mas só agora? Depois de 4 anos (+ dois) a lavrarem terreno à sua vontade e medida?
A angústia de quem está continuadamente sujeito a tudo isto é sentir-se impotente para modificar o que quer que seja; sim, porque não são as eleições que nos podem ajudar.
Antes fossem!