CONSCIÊNCIAS: as TRANQUILAS e as OUTRAS!
Com alguma regularidade mas sem surpresa ouvimos: estou de consciência tranquila!, dita com ênfase e às vezes até com alguma irritação, por quem tem, volta a ter ou começa a ter algum destaque na vida pública, política ou outra. E a celeridade com que se pronunciam, quando é posta em causa a sua honestidade e ou lisura de comportamentos, omitindo porém factos e razões que demonstrem o contrário, não deixa de indiciar que ali há gato!, ou pelo menos alguns miados se ouviram.
No decorrer dos anos são detectados favores e compadrios das mais diversas ordens, envolvendo políticos e empresários dos mais diversos ramos de actividade; e sempre que são questionados, mesmo que depois de condenados em tribunal, a primeira coisa que dizem é: “estou de consciência tranquila”, como se as manigâncias feitas fossem obra de anjos, de bruxedos ou de seres de outros planetas. Ou, imagine-se, cabalas!!!
Estou certo que dos Inquisidores da idade média até aos ditadores mais recentes todos eles “têm” a consciência tranquila; até Gengis Khan o diria se acaso alguém tivesse a coragem de o questionar.
E assim, de tranquilidade em tranquilidade, vamos sendo governados por gente tranquila que nos vai arrastando para um cada vez maior “buraco”. Tranquilamente…
Já vai sendo tempo das consciências intranquilas fazerem mais do que aquela cruzinha a cada quatro anos.